Mecanismos de defesa: Projeção
Você já percebeu como, às vezes, reagimos de um jeito inesperado — e só depois pensamos “por que eu fiz isso?”
Isso acontece porque nossa mente tem formas sutis de nos proteger de dores, medos e conflitos que nem sempre reconhecemos.
Essas estratégias inconscientes são chamadas de mecanismos de defesa.
Freud foi o primeiro a descrever esses mecanismos como uma maneira que o ego encontra para lidar com tensões internas e manter o equilíbrio psíquico.
Eles não são “bons” nem “ruins”: são formas que o psiquismo usa para suportar aquilo que seria insuportável se viesse à consciência de forma direta.
A projeção — quando colocamos no outro o que é nosso
Um dos mecanismos mais comuns é a projeção.
Ela acontece quando atribuo ao outro sentimentos, intenções ou pensamentos que, na verdade, são meus, mas eu não consigo aceitar.
Por exemplo:
• alguém que sente inveja, mas não suporta admitir isso, pode dizer: “aquele colega é muito invejoso!”
• ou uma pessoa com raiva contida afirmar: “não sei por que, mas fulano tem algo contra mim”.
Na projeção, o que é interno é percebido como externo. O outro se torna o espelho do que eu não quero ver em mim.
É um modo de aliviar o conflito, ainda que distorcendo a realidade.
Por que isso importa?
Reconhecer os mecanismos de defesa é um passo fundamental no autoconhecimento.
Quando começamos a perceber essas reações automáticas, abrimos espaço para compreender nossas emoções de forma mais madura — sem culpas, sem máscaras.
Na psicanálise, esse processo é parte essencial da cura: transformar a defesa em consciência.




